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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O LADO SOMBRIO DA FORÇA




CISNE NEGRO
(Black Swan, 2011)

Direção.: Darren Aronofsky

Natalie Portman
Vissent Cassell
Mila Kunis




OK, OK, a piada do título desta postagem é horrível, eu sei. Porém, não há nerd que se preze que ao ver a belíssima Natalie Portman, que catapultada ao estrelado graças à sua atuação como Padmé/Amdala na nova trilogia de Star Wars, onde, no episódio III, especialmente, o protagonista Anakin Skywalker enfrenta o dilema do Mal. O tema da confrontação como o nosso lado Norma (hunf, não pude deixar essa piadinha de lado também), e, a própria aceitação de que só seremos plenos com ele. Muitas animações têm dialogado com o tema, só pra citar exemplos recentes: MEU MALVADO FAVORITO e MEGAMENTE.

Darren Aronofsky me parecia o cineasta ideal para tratar com profundidade o tema. Já que este já provou ser um realizador competente, como filmes como O LUTADOR, FONTE DA VIDA e "PI". Há o lado místico e esotérico do artista, que já estudou a Cabala e tudo mais. Porém, CISNE NEGRO, embora um bom filme, é exagerado e escorrega em muitas cenas dispensáveis e até risíveis.ma bailarina que ganha o papel da Princesa Odette, na peça O Lago dos Cisnes,  balé dramático em quat atos do Tchaikovsky e libreto de Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer. Nina é perfeita para o papel de Odette, bela, meiga, recatada, porém, o diretor Thomas têm sérias dúvidas sobre a sua capacidade de dançar o papel de Odile, o cisne negro, irmã gêmea e perversa de Odette. O trailer vende um filme sobre competição entre duas bailarinas, mas, o filme é um suspense (ou mesmo terror) psicológico. Se você encarar o filme como uma fábula moderna, OK! A atuação de Portman é correta, mas, acredito que o diretor poderia tê-la cerceado em muitas "caras e bocas", o fato é que a dança do cisne negro já vale toda a projeção.



Mas, a neurose apresentada no filme fica aquém da questão do nosso lado sombrio, presente em cada ser humano. Ainda teremos que ler muito Jung e torcer pra que um diretor possa trazer o assunto para o cinema de uma forma não tão espalhafatosa... Se não gostei do filme? O filme é ótimo! Mas com maior esmero poderia ter sido uma obra-prima... O fato de haver um filme que trate do sofrimento do artista - seja do meio que for - é interessantíssimo.





"A problemática do mal sempre esteve presente na humanidade e certamente ainda não foi achada uma solução definitiva para ela. Para aqueles que acreditam nas doutrinas que falam das boas intenções, na caridade, na justiça e no absoluto de Deus, a questão do mal é perturbadora. Para outros, que não acreditam nestas doutrinas, assim mesmo o mal se manifesta igualmente perturbador. A dimensão do mal possui esta característica: é sempre perturbador para quem ele se apresenta. Ele é o que paralisa, que causa pânico, medo, destruição e temor. É aquele que não temos controle sobre ele, não sabemos o nome, não temos a certeza ou o conhecimento. Se apresenta sempre perturbador, e apesar de sempre se tentar, ninguém consegue evitá-lo.
Para lidar com esta questão do mal, o Cristianismo elaborou teologicamente a doutrina da Privatio Boni, que diz ser o mal uma privação do bem. Calcando esta doutrina está a do Summum Bonum, que diz que Deus é o sumo bem. Desta forma, o sumo bem só criou as coisas boas. As coisas más são as que se afastaram do bem ou onde o bem foi diminuído. Aqui o terrível e ameaçador  mal é diminuído e controlado para a tranqüilidade da consciência do ser humano.
Por ser tão perturbador, o mal foi isolado e negado tanto na Teologia (Privatio Boni) quanto no dia a dia das pessoas. Por ser tão perturbador, o mal foi eliminado como referencial maior tanto na Teologia (Summum Bonum) quanto no dia a dia das pessoas. Estas concepções teológicas estão tão arraigadas no senso comum que poderíamos dizer que do ponto de vista psicológico, e não só teológico, as doutrinas da Privatio Boni e do Summum Bonum fazem parte do nosso cotidiano. Acreditamos que esta concepção teológica seja quase onipresente devido a nossa marcada herança do cristianismo na nossa cultura ocidental"


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