Banco de dados:

quarta-feira, 4 de maio de 2011

MAGIA E CIÊNCIA







THOR
(Thor, 2011)

Direção: Kenneth Branagh
Elenco:

Vamos combinar uma coisa?! Quando você propôem-se à ver um filme de super-herói, baseado numa HQ da Marvel, que, por sua vez, foi baseada na mitologia nórdica, você não vai esperar toques de realismo e nem um filme estilo arte europeu, certo?!... Hum! Estando de acordo, podemos continuar com minha impressão sobre Thor, dirigido pelo shakespereano Kenneth Branagh - que entre outros trabalhos dirigiu e atuou em filmes como HENRIQUE V e a adaptação integral de HAMLET para o cinema - que visa cimentar ainda mais o grande projeto dos estudios Marvel que é OS VINGADORES.

Embora não seja um filme tão bem resolvido como HOMEM DE FERRO, o filme do deus do trovão cumpre seu papel de divertir e de trazer ao universo cinematográfico da Marvel a mitologia (e fantasia) que permeia as páginas dos quadrinhos. Ou você se esqueceu que super poderes - sejam tecnológicos ou radioativos - são invenções fantásticas?!

Após um prólogo que começa do nada, onde um grupo de cientistas caçadores de tempestades, liderados por Jane Foster (Natalie Portman), encontram um "estranho" no meio de um furacão, quando Foster pergunta-se "de onde ele veio" abre-se então a narrativa ambientada em Asgard, reino mítico nórdico, que, na trama, é apresentado como um planeta onde vivem seres imortais e poderosos que há muito tempo revelaram-se aos antigos vikings - estes tomando os asgardianos como deuses - para protegê-los contra os Gigantes de Gelo. Odin (Anthony Hopkins) subjuga os líder dos Gigantes do Gelo, Laufey (Colm Feore), reestabelecendo o equilíbrio entre os mundos (ou reinos). A batalha de Odin é quase que somente mencionada, com pouquíssimas cenas relevantes - vejo que muitos filmes tentam seguir o modelo deixado por Peter Jackson, em A SOCIEDADE DO ANEL, mas, falta-lhes coragem no momento da edição (e dos gastos com efeitos digitais) para debruçarem-se durante tanto tempo à um prólogo - destas, a qua mais dá peso à história é a rivalidade criada desde a infância entre Thor e Loki, filhos de Odin. A história avança até à coroação de Thor e é aí que Branagh dá seu grande toque de tramas palacianas, enquanto uma cerimônia gloriosa acontece, nas entranhas do palácio forças maléficas agem.

A criação de Asgard enche os olhos. Tomadas "aéreas" bem construídas, um design orgânico que mistura muito bem um clima mítico e alienígena - pode-se muito bem aceitar os asgardianos como deuses ou como raça alienígena meramente, embora a primeira opção prevaleça... - as viagens extraplanares são muito bacanas, compondo imagens icônicas como a de Thor viajando com seu martelo em punho, numa posição mítico-heróica (ok, eu sei que já usei muito a palavra mítica...). 

Os protagonistas de Asgard tem bom desenvolvimento. Hopkins, com sua imagem (lá vem a palavra, de novo) mítica, iconográfica, e muito bem difundida no inconsciente coletivo, empresta à Odin tanto nobreza e ferocidade, como um ar de sabedoria plácida. Hemsworth cuidou muito bem do físico e é eficiente nas cenas cômicas e zombeteiras protagonizadas por Thor, consegue dar veracidade ao cárater arrogante e inconsequente do deus do trovão, porém, vê-se sua grande dificuldade nas cenas mais dramáticas, caindo no caricaturismo, sendo de certa forma bem estrionico até... É Hiddleston quem está à altura de Hopkins, no entanto. Conferindo à Loki um ar frágil, indolente e inofensivo. Loki é o deus da travessura nórdico, mas, achei acertada a opção do roteiro em não apresentá-lo como um versão nova do Máscara - o qual também é inspirado no deus, caso alguém não se lembre - ou um tipo endeusado de Charada (o vilão do Batman, pra quem não se lembrou também...). O Loki de Hiddleston é uma versão de Macbeth, mas, um Macbeth que tem a plena consciencia de que não ascenderá ao trono de Asgard ligitimamente. Os fãs de travessuras cômicas ficarão um tanto decepcionados, pois, as travessuras de tromóias de Loki tem um propósito certo, ele é um exímio enxadrista. Porém, os demais amigos de Thor e até sua própria mãe são meros extras... suas personalidades não vão além do que suas armas ou etnias - afinal, o que faz um samurai em Asgard??? - e tão somente o Guardião dos Mundos (ou Heimdall), merece crédito por sua aparição, seja por sua importância na trama, seja pela imagem icônica criada por sua armadura e figura do ator Idris Elba.

Após uma ação rebelde e irresponsável de Thor, Odin decide lançá-lo à Midigard (a Terra), sem poderes a fim de que o deus do trovão torne-se mais humilde. E é aí que o roteiro torna-se canhestro e percebe-se que a edição vai gradativamente "tesourando" segundos necessários para uma melhor avaliação da trama, da personalidade e evoloção dos personagens e da história. Voltando ao ínicio do filme, somos apresentados à equipe de cientistas Jane Foster (Portman, linda e visívelmente esforçando-se para conferir a Jane uma persona forte, determinada e ao mesmo tempo frágil e emocionalmente carente), Erik Selvig (Stellan Skarsgård em participação dispensável, com uma "atuação de muleta") e Darcy (um mero alívio cômico que poucas vezes funciona, realmente). Entra em jogo também a equipe da SHIELD, já apresentada nos filmes HOMEM DE FERRO 1 e 2, e no INCRÍVEL HULK.

No segundo ato predomina comicidade de Thor, sem poderes, tetando adaptar-se aos padrões da Terra do século 21. O roteiro costura tudo isso com as tramóias de Loki revelando-se me Asgard, e, esse sim é um personagem que acaba evoluindo.

Não vou estragar o filme. O filme seguirá o pacote Jornada do Heroi, com uma ou outra particularidade do universo Marvel...

A batalha de Thor contra os Gigantes do Gelo é bem construída e o universo cinematográfico dos super-herois talvez não via cenas de luta - falando especificamente desta cena - tão fantástica (usando de trocadilho) desde... Taí, nem sei quando...

O romance de Thor e Jane acaba tomando uma relevância além do necessário, mas, estamos falando de um romance com Natalie Portman... 

Meu veredicto é que: sim Thor diverte! e, não, Thor não é um filme genial de arte indie norte-americano e o escambal!... Mas, até aí, nós estamos de acordo desde o trailer, certo?!


...  

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

MAKING OF:

Vi este filme com meu colega Gabriel Caropreso o qual odiou o filme. Mas, o que mais que agradou naquela noite não foi tanto o filme em si, mas, a boa experiência de sentir-me humano. Conversamos sobre assuntos diversos, Caropreso, e, acredite, colocar pra fora todas aquelas minhas angústias referente "that girl" foi importante para mim... Além do que, pudemos junto do Bruno Carneiro ver muitas "chaves"... Rsrsrs... Brunão, que bom que eu apareci pra te dar um direção, heim...



Nenhum comentário:

Postar um comentário